A postura da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, em fechar o cerco sobre a fiscalização da venda de medicamentos tarja vermelha sem receita médica poderá afetar os direitos reprodutivos das mulheres. Na lista está a pílula anticoncepcional, utilizada por aproximadamente 30% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil. Apesar de ser exigida prescrição médica, na prática a pílula é vendida há 50 anos no país praticamente sem controle. Com a precariedade no acesso a consultas especializadas no SUS, a exigência da receita poderá ser um dispositivo discriminatório, acabando por aumentar o índice de natalidade, acreditam os críticos à norma. Uma petição já circula no país pedindo a retirada da pílula da lista dos prescritos.