CLAM – ES

El peligro de la victimización

Além da discriminação e exclusão, a violência – verbal ou física – contra gays, lésbicas, travestis e transgêneros ainda constitui o maior dos problemas enfrentados pela população GLBT no Brasil – daí a necessidade de uma lei que criminaliza a homofobia no país, atual bandeira de luta do movimento organizado. O assunto foi um dos temas discutidos na I Conferência GLBT do Rio de Janeiro, realizada entre os dias 16 e 18 de maio, como preparatória para a I Conferência Nacional do segmento, que acontecerá em Brasília, entre os dias 6 e 8 de junho. Vale lembrar que o dia 17 de maio é o dia mundial de luta contra a homofobia.

Um dos destaques do encontro, realizado no campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), foi a apresentação do antropólogo Sérgio Carrara, coordenador do CLAM, que falou sobre Violência e Justiça em uma mesa cujo tema era o debate sobre a homofobia. Carrara apresentou resultados da Pesquisa Política, Direitos, Violência e Homossexualidade (CLAM/CESEC), realizada em Paradas do Orgulho GLBT de várias cidades brasileiras e capitais de países latino-americanos.

O antropólogo fez um breve histórico do movimento GLBT brasileiro, falou sobre a violência e a discriminação sofridas pelo segmento, e refletiu: “O nosso desafio aqui é mudar esse quadro através de políticas públicas, porém além de pensar as políticas públicas em si é preciso ter atenção para os termos da sua construção. Um dos perigos que devem ser evitados é a vitimização. Não podemos nos colocar na posição de “coitadinhos”. O grande ponto de atenção da agenda do movimento, neste âmbito, deve ser o equilíbrio entre a denúncia e o orgulho, pois pensando na violência simbólica nós somos comprometidos com a emancipação, mas, em parte, também com a subordinação, o que faz com que existam coisas que devem ser lembradas ao próprio movimento, aos grupos, e não só para o Estado e para os que nos discriminam”.

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O cineasta Vagner de Almeida, da Associação Brasileira da Aids (Abia), fez um relato sobre o modo como a Aids é abordada pela mídia brasileira há quase trinta anos do surgimento da epidemia. “A mídia falha muito em se tratando de HIV/AIDS e não adianta termos o melhor programa de AIDS do mundo. Raramente o tema aparece em novelas brasileiras de forma real e quando o faz na maioria das vezes está repleto de fragmentos isolados não muito esclarecedores para a população. Raramente nos roteiros de novelas se ouve o nome “preservativo”, transar com os parceiros do elenco na trama com a “camisinha”. Cenas de sexo quase explicitas são editadas e não se fala no preservativo. Os roteiros ignoram essa palavra como se as cenas de sexo, sejam elas entre casais fixos ou não, fossem invulneráveis ao HIV/AIDS”, afirmou.

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