FORTALEZA (CE) – Homossexual assumido, o antropólogo e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Fabiano Gontijo é carioca, mas mora em Teresina (PI) há três anos. Quando se mudou, ouviu comentários de que não conseguiria se casar porque o Nordeste era terra de “macho”, não tinha gays. Pesquisa em andamento orientada por ele, porém, aponta que a comunidade gay na capital piauiense não é pequena. De 389 heterossexuais entrevistados entre 2003 e 2005, 92,5% dizem conhecer, pelo menos, uma pessoa gay. Desses, 63,3% dizem que é alguém muito próximo. “Cadê o sertão de cabra macho? Será que o sertanejo não é mais aquele?”, instiga o professor.