A gravidez precoce virou um fenômeno nacional. De cada cinco crianças nascidas no país, uma é filha de jovens entre 15 e 19 anos, segundo o IBGE. Mas o que está por trás disso? É o que busca responder uma pesquisa inédita realizada por três universidades brasileiras – Federal da Bahia e do Rio Grande do Sul, e Estadual do Rio de Janeiro. Os primeiros resultados surpreendem – e mostram que a liberdade sexual contemporânea, sem orientação familiar e diálogo, pode ser uma das chaves para se compreender o boom de mães adolescentes no país.
A pesquisa, batizada de Gravad (Gravidez na Adolescência: estudo multicêntrico sobre jovens, sexualidade e reprodução no Brasil), mostra que a maior parte dos casos de gravidez acontece dentro de relacionamentos estáveis – somente 2,5% das jovens entrevistadas engravidaram de ‘ficadas’ eventuais.
Curiosamente, na primeira relação sexual o jovem tende a se cuidar: 54,5% dos homens e 52,5% das mulheres entrevistados haviam feito uso de algum método anticoncepcional. «Há uma tendência ao relaxamento nas práticas de proteção para a gravidez na medida em que se consolidam relacionamentos mais estáveis», analisa a antropóloga Maria Luíza Heilborn, do Instituto de Medicina Social da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
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