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CLAM lança três novos livros

O CLAM e a Editora Garamond estão lançando três novas obras da coleção Sexualidade, Gênero e Sociedade. O livro “Toda feita”, do antropólogo Marcos Benedetti, doutorando e pesquisador do NUPACS/UFRGS, trata das recentes transformações no universo social das travestis. O autor analisa os principais processos criados e experimentados pelas travestis para viabilizar o projeto de ser mulher, abordando a fabricação do feminino no corpo. “O corpo das travestis é, sobretudo, uma linguagem; é no corpo e por meio dele que os significados do feminino e do masculino se concretizam e conferem à pessoa suas qualidades sociais. É no corpo que as travestis se produzem enquanto sujeitos”, diz Benedetti.

Para ampliar sua compreensão sobre os significados das práticas e intervenções no corpo das travestis que se prostituem, o autor lançou mão do método etnográfico, convivendo com elas em diferentes situações, visitando-as nos locais de prostituição e em suas casas.

“Passei a acompanhá-las nas festas, nos encontros, nas compras, nas depilações e na vida doméstica. Este trabalho é o resultado da minha convivência e do meu aprendizado junto às travestis”, afirma. “Trata-se de uma etnografia sobre as práticas sociais de construção do gênero observadas num caso radical de transformação corporal e social: as travestis que se prostituem em Porto Alegre”.

O livro será lançado no dia 12 novembro, às 17h30, no Pavilhão de Autógrafos da 51º Feira do Livro de Porto Alegre.

Coletânea relaciona religião com a esfera da sexualidade

Juntar temas não habitualmente postos em debate, como sexualidade, família e religião foi, segundo os organizadores do livro “Sexualidade, família e ethos religioso”, a idéia que os desafiou a preparar a coletânea, lançada durante o 29º Encontro Anual da Anpocs, realizado em outubro, em Caxambu, durante o qual também foi lançada a coletânea “Movimentos sociais, educação e sexualidade”. Esse último livro é resultado de um intenso debate, como o próprio título sugere, entre ativistas, educadores e pesquisadores acadêmicos.

Os ensaios apresentados em “Sexualidade, família e ethos religioso” iluminam, sob diferentes perspectivas, as possibilidades de articulação entre três importantes esferas da vida social. “Nas últimas décadas do século XX e início do XXI, vivemos transformações significativas nas configurações familiares, nas relações intergeracionais e na sexualidade, as quais influenciam sobremaneira a compreensão das etapas da vida”, observam os antropólogos Maria Luiza Heilborn, Luiz Fernando Dias Duarte, Clarice Peixoto e Myriam Lins de Barros, organizadores do livro.

Para eles, pensar envelhecimento, juventude e gênero implica uma articulação entre permanências e mudanças em relação à posição social de cada integrante do grupo familiar. Esse processo de individualização é um dos principais focos da obra. “Na modernidade, família e sexualidade integram a identidade de cada indivíduo”, explicam os autores.

No primeiro bloco, que trata da relação entre sexualidade, família e geração, o livro aborda alguns fenômenos que vêm chamando a atenção da mídia e de pesquisadores da área das ciências sociais, como o prolongamento da juventude e a gravidez na adolescência.

O segundo bloco apresenta artigos que tratam da relação entre religião e sexualidade, articulando o ethos religioso com a iniciação sexual dos jovens, homossexualidade e as escolhas contraceptivas e/ou reprodutivas.

Segundo os autores, “tanto o grupo familiar quanto o grupo religioso passaram a incorporar novas formas de funcionamento, possibilitando ordenações as mais diversas. Tais arranjos estão sujeitos a processos de negociação entre os indivíduos e a família e a religião”.

“Sexualidade, Família e Ethos Religioso” reúne parte dos trabalhos apresentados no seminário Relações familiares, sexualidade e religião, que aconteceu em agosto de 2004, promovido pelo Grupo de Pesquisa sobre a Família Contemporânea (GREFAC), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Uerj (PPCIS/Uerj), ao Instituto de Medicina Social (IMS), também da Uerj, à Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ESS/UFRJ), e pelo “Projeto Família, Reprodução e Ethos Religioso no Brasil”, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da UFRJ, em parceria com o CLAM.

Diálogo possível

A coletânea “Movimentos sociais, educação e sexualidade” traz à tona discussões interdisciplinares ligadas à educação, às sexualidades e aos movimentos sociais. Os textos se estruturam em torno de quatro eixos: homossexualidades, sexualidades em interface com as teorias, os movimentos sociais e a educação. O livro mostra o diálogo possível entre os movimentos sociais e a academia em artigos que discutem questões caras aos movimentos GLBTT, feminista e negro.

No primeiro eixo, o tema das “Homossexualidades” é abordado sob diferentes ângulos disciplinares:histórico, jurídico, psicanalítico e antropológico. O segundo eixo, “Sexualidades e Teorias”, trata da temática das masculinidades nas representações da mídia e na arte moderna e contemporânea. Os textos do terceiro eixo, “Sexualidade e Movimentos Sociais”, articulam questões como o racismo, a violência doméstica e a homofobia. Em “Sexualidade e Educação” são apresentados três textos que têm como linha condutora o tema da Educação.

Organizada pelas pesquisadoras Miriam Pillar Grossi, Simone Becker, Juliana Cavilha M. Losso, Rozeli Maria Porto e Rita de Cássia F. Muller, a coletânea reúne trabalhos apresentados no seminário Movimentos Sociais, Educação e Sexualidades, promovido pelo CLAM em parceria com o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) da Universidade de Santa Catarina (UFSC) em abril de 2003.

Veja o catálogo da coleção de livros e documentos do CLAM

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