Tendo como motivação principal as eleições de 1 de outubro para a presidência da República, o Instituto Patrícia Galvão lança o blog Mulheres de olho nas eleições, que privilegia temas como saúde integral das mulheres, direitos reprodutivos e violência. Serão veiculadas notícias e discussões a respeito de políticas e demandas das mulheres nesses campos. O projeto objetiva o diálogo de organizações que defendem os direitos sexuais e reprodutivos com outros setores da sociedade, com a imprensa, com os partidos políticos e seus candidatos, tendo em vista o processo eleitoral.
Serão acompanhadas e analisadas as plataformas políticas e programas de ação do/as principais candidatos/as, tendo em vista as reivindicações das mulheres em relação a assuntos como o atendimento à saúde, contracepção e aborto.
“Infelizmente o período pré-eleitoral se mostra pouco propício à discussão sobre esses temas candentes para a sociedade. A tendência é que eles fiquem pouco visíveis, por conta do tardio das candidaturas e coligações, da priorização dos temas duros – em especial a política econômica – e da conjuntura que coloca a segurança pública e a questão da ética na política e na administração pública no topo dos interesses. Nossa idéia é manter uma luz acesa sobre os temas com os quais trabalhamos, monitorando o que sai na imprensa e prestando atenção nos programas de governo e diretrizes partidárias para localizar onde e como esses campos aparecem”, afirma a comunicadora social Angela Freitas, uma das sócias-fundadoras do Instituto Patrícia Galvão e editora do blog.
Além da proposta de estabelecer o diálogo entre a mídia e as questões das mulheres no campo dos direitos reprodutivos, o blog pretende ainda subsidiar a mídia com dados, entrevistas e artigos.
O projeto está sendo realizado pelo Instituto Patrícia Galvão com o apoio de organizações que impulsionam as Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro. “O ano eleitoral em princípio não é favorável, mas o tema do aborto está em pauta”, observa Angela. “Setores religiosos estão agindo nacionalmente para desmoralizar candidatos/as simpáticos à causa das mulheres, e nosso objetivo é mover este debate do campo religioso para o campo democrático. Saúde integral das mulheres e direitos reprodutivos são questões de relevo social e político na conjuntura eleitoral”, completa.