CLAM – ES

Fragmentação e Diversidade

O objetivo da 6ª Reunião de Antropologia do Mercosul, que será realizada entre os dias 16 e 18 de novembro, em Montevidéu (Uruguai), é promover o intercâmbio entre pesquisadores e instituições – do campo da antropologia – dos países do Mercosul.

Realizada a cada dois anos (a última aconteceu em Florianópolis, em 2003), a reunião terá como tema “Identidade, Fragmentação e Diversidade”, recortes temáticos que atravessam realidades e desafios tanto individuais como coletivos na sociedade contemporânea em geral e particularmente nos países da região.

Os pesquisadores do CLAM estarão no evento coordenando ou participando de mesas-redondas, grupos de trabalho e oficinas. O antropólogo Sérgio Carrara será o coordenador do GT 7 “Sexualidade: construções contemporâneas” (ver resumo abaixo).

Os antropólogos Maria Luiza Heilborn (coordenadora geral do CLAM) e Horacio Sivori (coordenador para a Região Andina e Cone Sul) participarão da mesa-redonda 4 “Gênero e Sexualidade” (ver resumo). Maria Luiza também coordenará a mesa-redonda 8B “Direitos Sexuais e saúde reprodutiva”.

A psicóloga Anna Paula Uziel estará coordenando o workshop “Homossexualidade, conjugalidade e parentalidade” (ver resumo), enquanto as antropólogas Laura Moutinho e Sílvia Aguião apresentarão o trabalho O «povo de santo» do subúrbio carioca: homoerotismo, religiosidade e ‘cor”, no qual fazem uma análise de como «raça/cor», religiosidade, (homos)sexualidade, e erotismo são construídos e vividos entre o «povo de santo» do subúrbio carioca (ver resumo completo).

A socióloga Ana Teresa Venâncio fará parte do GT 7 “Sexualidade: construções contemporâneas” com o trabalho “A repatologização da homossexualidade no debate contemporâneo brasileiro” (ver resumo).

Veja os resumos:

GT 7 – “Sexualidade: construções contemporâneas”
Coordenadores:
Sergio Carrara – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Fabiano Gontijo – Universidade Federal do Piauí

Os interesses de pesquisa são bastante diversos, motivados pela epidemia da aids, pelo movimento feminista e pelo movimento homossexual. Além disso, há cruzamentos com raça, religião, por faixa etária. Família e direitos sexuais e reprodutivos também integram as discussões sobre sexualidade. Este GT pretende reunir trabalhos sobre temas diversos, contemplando a diversidade cultural e temática que contribui para o alargamento do campo.

MR 4 – “Género y sexualidad: Identidad, fragmentación, diversidad”

Organizada por Ana Domínguez Mon, UBA – Argentina, y Susana Rostagnol, UR – Uruguay

La antropología ha venido desarrollando estudios empíricos y elaboraciones teóricas tanto sobre la temática de género como de sexualidad. Nos interesa trabajar en la articulación de ambos, problematizando sus relaciones. Los énfasis caerán en la discusión sobre las nociones de identidad sexual y prácticas sexuales en su relación con las identidades de género; la sexualidad como terreno de disputa donde se canaliza la dominación-subordinación que caracteriza las relaciones de género. Finalmente, género y sexualidad como ejes que definen aspectos de la vida social.

Los nombres del sexo, de la sexualidad y del género
Horacio Sívori, PPGAS, UFRJ/MN y CLAM

En esta presentación discuto el uso dado a categorías de identidad sexual por parte de investigadores en ciencias sociales. Puntualizo las características de la suerte de activismo académico desarrollado por quienes investigamos en el área del género y sexualidad y analizo las posiciones que tomamos con relación a movimientos sociales organizados en torno de temáticas afines. A través de una serie de anécdotas relativas al trabajo de investigación y su exposición en foros públicos, argumento que, desde el punto de vista del investigador, más que de “representar” a los sujetos sociales con los cuales nos involucramos en nuestra indagación, se trata de dar cuenta de las tensiones que los atraviesan, y más que “resolver” problemas sociales, se trata de dar cuenta de su complejidad.

T4 – “Homossexualidade, conjugalidade e parentalidade”
Coordenadores:

Anna Paula Uziel
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Luiz Mello
Universidade Federal de Goiânia

Nos últimos anos tem crescido, no plano internacional, o interesse pela discussão sobre conjugalidade e parentalidade homossexual, sobretudo em função do fenômeno da epidemia de hiv/aids. É cada vez mais comum a luta por direitos derivados do reconhecimento da conjugalidade homossexual e ultimamente incorpora-se o direito ao reconhecimento legal do exercício conjunto da parentalidade no rol de reivindicações. O objetivo deste taller é reunir pesquisadores da América Latina no intuito de conhecer as legislações e projetos de lei existentes relativos à conjugalidade e parentalidade, obter um panorama dos trabalhos realizados nos diversos países e regiões, refletir sobre as linhas que orientam a luta por direitos ou a constituição de jurisprudências sobre as temáticas e compreender de que forma resultam em reformas ou transformações da sociedade, através de posturas pessoais e políticas e condução de políticas públicas.

Título: O «povo de santo» do subúrbio carioca: homoerotismo, religiosidade e ‘cor’
Autor/a: Laura Moutinho, Silvia Aguião e Crystiane Castro
Instituição: CLAM – IMS/UERJ
Resumo: O objetivo deste paper é analisar como «raça/cor», religiosidade, (homos)sexualidade, e erotismo são construídos e vividos entre o «povo de santo» do subúrbio carioca. Focalizar-se-á, particularmente, a dinâmica dos afetos e prazeres presente nos relacionamentos afetivo-sexuais heterocrômicos entre parcerias gays. O ponto de partida que informa a presente pesquisa está calcado na idéia de que entre o «povo de santo» as esferas religiosa e erótica aparecem não somente com uma ênfase particular, mas, sobretudo, fortemente entrecruzadas. Alguns dos relatos colhidos no trabalho de campo ainda que apresentem situações e apontem para espaços de acolhimento, não excluem a tensão que de modo mais ou menos explícito perpassa o tema. Estas questões ganham contornos ainda mais complexos quando à homossexualidade são agregados a questão racial e o racismo. Os relacionamentos afetivo-sexuais heterocrômicos entre homossexuais funcionam, nesse sentido, como um campo privilegiado para a análise das questões focalizadas.

Título do trabalho: A repatologização da homossexualidade no debate contemporâneo brasileiro (Rio de Janeiro)
Autoras: Ana Teresa Venâncio, Pilar Belmonte
Resumo
Este trabalho visa analisar a divulgação pela mídia do debate em torno do projeto de lei 717/03 apresentado na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Brasil) que previa o destino de verbas públicas para a “cura da homossexualidade”. Tal investigação do discurso sobre a homossexualidade e dos atores sociais que emergem nas matérias publicadas pela mídia impressa durante o ano de 2004, considera que as notícias veiculadas por jornais de grande circulação no Estado e no país podem servir como fonte para a compreensão de como, no campo da sexualidade, estão sendo significadas as relações entre normal e patológico e entre natureza e cultura.
O referido projeto, ainda que rejeitado, explicitou um embate entre posições antagônicas, centradas ora na patologização da homossexualidade, defendendo o determinismo biológico do desvio; ora na dimensão de “escolha” e livre arbítrio individual que a cultura contemporânea deve permitir aos indivíduos, incluindo-se aí a sua orientação sexual. Procuramos assim observar os campos de saberes e de autoridade que interagiram nessa arena, focando nossa lente para o modo como as representações sociais veiculadas nas fontes analisadas articulam-se às teorias científicas que, historicamente, têm considerado a homossexualidade como patológica: seja considerando-a passível de tratamento com vistas ao retorno da condição “normal” da heterossexualidade, seja considerando-a uma característica inata do sujeito em relação a qual pouco ou nada se pode fazer.

Mais informações na página www.fhuce.edu.uy/antrop/congreso/mesas.html

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