“Saúde Pública em um mundo globalizado: rompendo barreiras sociais, econômicas e políticas» é o tema do 11º Congresso Mundial de Saúde Pública, organizado pela Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 21 e 25 de agosto. A Federação congrega 70 Associações de Saúde Pública em todo o mundo, entre as quais a ABRASCO (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva), que realizará também o 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, no mesmo local e data.
O evento reunirá profissionais da área da saúde pública de todo o mundo, que apresentarão painéis, palestras e comunicações coordenadas. Em uma resolução de 2004, a Federação Mundial de Associações de Saúde Publica definiu a Saúde Pública como “um movimento comprometido com a melhoria da saúde e do bem estar das comunidades”. A resolução reconhece e sublinha como grandes desafios no âmbito mundial a promoção dos Direitos Humanos; a redução da carga das doenças; a garantia de nutrição apropriada; a educação em todos os aspectos da promoção da saúde; a proteção do ambiente; e a garantia do acesso global aos medicamentos essenciais a um custo compatível”.
Nesta perspectiva, o objetivo de se realizar os dois congressos – nos âmbitos nacional e internacional – simultaneamente é viabilizar e incentivar a construção de alternativas aos grandes desafios que a comunidade científica vem enfrentando na busca de mudanças e renovação do campo da saúde pública, na constituição de novos sujeitos e novas práticas comprometidas com o rompimento das barreiras sociais, econômicas e políticas, e na luta pela saúde como direito inalienável de todos. A idéia é, segundo os organizadores, enfrentar com clareza os antigos e novos problemas de saúde, agravados pelos modelos de desenvolvimento adotados no processo de globalização.
Sexualidade em pauta
Questões relativas à sexualidade e à saúde reprodutiva estarão entre os temas em debate. A antropóloga Maria Luiza Heilborn (CLAM/IMS/UERJ) participará, ao lado do pesquisador francês Michel Bozon (INED/Paris) e de Juliet Richters (National Center in HIV Research/Austrália) do painel “Pesquisas Quantitativas em Sexualidade”, coordenado por Regina Maria Barbosa (NEPO/Unicamp), no dia 25 de agosto. No mesmo dia, Maria Luiza também coordenará uma sessão de comunicações coordenadas sobre “Juventude e Sexualidade”.
A antropóloga Fabíola Rohden (CLAM/IMS//UERJ) coordenará o painel “Desestabilizações da categoria gênero e seus impactos na saúde” (24 de agosto), do qual participam os antropólogos Sérgio Carrara (IMS/CLAM/UERJ), Regina Facchini (Unicamp) e Elizabeth Zambrano (Nupacs/UFRJ). Fabíola Rohden coordenará também duas outras sessões de comunicações coordenadas sobre os temas “Raça, Gênero e Geração: Saúde e Desigualdades Sociais” e “Práticas em Saúde no campo da DST/Aids”, ambas em 22 de agosto.
No dia 23 de agosto, a pesquisadora Elaine Reis Brandão (Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva/UFRJ e CLAM/IMS/UERJ) coordenará o painel “Intervenção Social e Trajetórias Juvenis: Análise das Ações e Repercussões nas Condições de Vida e na Saúde Sexual e Reprodutiva”, do qual participam os pesquisadores Simone Monteiro (LEAS/IOC/Fiocruz), Mara Viveros Vigoya (Universidade Nacional de Colômbia) e Gabriela Calazans (Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo).
A temática da sexualidade e do gênero enfocada em Exposição e em lançamento de livros
Durante o Congresso, o CLAM lançará os livros “A mulher no corpo”, da pesquisadora norte-americana Emily Martin (New York University) e “A reinvenção do corpo”, da antropóloga Berenice Bento (UnB), em parceria com a editora Garamond.
Haverá ainda dois outros lançamentos de publicações derivadas da Pesquisa GRAVAD, coordenada por Maria Luiza Heilborn: o suplemento especial dos Cadernos de Saúde Pública sobre juventude, sexualidade e reprodução, e o livro “O aprendizado da sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros”, organizado por Maria Luiza Heilborn, Estela M. L. Aquino, Daniela Riva Knauth e Michel Bozon, e editado pela Garamond em parceria com a Editora Fiocruz.
O Congresso sediará ainda a exposição “1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz”, que reúne fotos das mil mulheres indicadas ao Prêmio em 2005. O projeto, desenvolvido ano passado por iniciativa da Fundação Mulheres Suíças pela Paz, é coordenado no país por Clara Charf. Do Brasil, foram indicados 52 nomes com históricos de ações ligadas aos Direitos Humanos, contra a fome, a miséria, a violência e à luta por uma sociedade mais igualitária.