A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) abre as portas para discutir a sexualidade. Representantes do CLAM e de outros três centros que tratam do tema em diferentes regiões do mundo estarão reunidos no local para a sessão pública “Sexualidade, reprodução e direitos humanos – a América Latina no contexto global”, no dia 27 de abril.
O evento terá como eixo principal o debate em torno de dois temas: aborto e direitos humanos de gays, lésbicas e transgêneros, dentro do panorama latino-americano. O primeiro será abordado pela advogada peruana Roxana Vasquez, e o segundo pelo juiz federal Roger Raupp Rios, do Tribunal Federal de Justiça do Rio Grande do Sul. Da sessão pública farão parte os diretores de quatro centros em sexualidade, que discutirão o tema na perspectiva dos direitos humanos, analisando a conjuntura política internacional sob a ótica dos diferentes continentes.
Localizados no Brasil – o CLAM –, nos Estados Unidos, Índia e África, os centros são integrantes do “Diálogo global sobre saúde e bem-estar sexual”, da Fundação Ford. Estará no Brasil o antropólogo cultural americano Gilbert Herdt, diretor do National Sexuality Resource Center da Universidade de São Francisco (EUA). Gilbert é pioneiro em estudos sobre sexualidade em diferentes culturas nos últimos 25 anos. Seu trabalho “Guardians of the Flutes”, de 1981, foi a primeira importante publicação em antropologia a quebrar o silêncio sobre homossexualidade entre os Sambia, tribo da Nova Guiné.
Outra convidada é a psicóloga Radhika Chandiramani, diretora do Centro em Sexualidade do Sul e Sudeste Asiático, que tem trabalhado com temas relativos à sexualidade nos últimos doze anos. Radhika fundou e dirige o TARSHI (Talking About Reproductive and Sexual Health Issues – Falando Sobre Saúde Sexual e Reprodutiva), uma ONG localizada em Nova Déli, Índia, que opera um disque-sexualidade, conduz programas de treinamento, produz material de educação sexual para diversos tipos de público, além de hospedar o Centro em Sexualidade do Sul e Sudeste Asiático e o Instituto de Sexualidade e Direitos. Radhika baseia seus trabalhos em assuntos relativos à sexualidade e direitos humanos.
Também fará parte da sessão, o demógrafo estatístico Richmond Tiemoko, diretor do Centro em Sexualidade Regional da África,localizado em Lagos, Nigéria. Nos últimos anos, Tiemoko tem trabalhado em assuntos relativos ao desenvolvimento nas áreas da reprodução, dinâmica de família, direitos humanos das crianças, saúde sexual e reprodutiva e migração na África. O evento é uma iniciativa do CLAM que conta com o apoio do gabinete do deputado estadual Carlos Minc (PT).
Veja a programação do evento:
14:30h Abertura:
Sergio Carrara
Professor adjunto do IMS/UERJ e coordenador do CLAM
Carlos Minc
Deputado Estadual (T/RJ)
Exposição “Aborto e direitos na América Latina – A campanha 28 de setembro”
Roxana Vasques
Coordenadora da Campanha por uma convenção interamericana dos direitos sexuais e reprodutivos do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM)
“O direito de gays, lésbicas e transgêneros na América Latina – Perspectivas e avanços”
Roger Raupp Rios
Justiça Federal do Estado do Rio Grande do Sul e pesquisador associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Debate
Gilbert Herdt
Diretor do National Sexuality Resource Center at San Francisco State University – São Francisco, EUA
Radhika Chandiramani
Diretora do Reproductive and Sexual Health Issues (Tarshi) – Nova Déli, India
Richmond Tiemoko Diretor do África Regional Sexuality Resource Centre – Lagos, Nigéria