O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), lançou oficialmente na terça-feira, 22, o Programa Brasil sem Homofobia no estado do Rio. A campanha, lançada pelo presidente Lula no dia 25 de maio, é um conjunto de ações de vários ministérios e secretarias contra a discriminação, a violência e o preconceito por orientação sexual. “Estou aqui celebrando um fato marcante que é o lançamento deste programa. Só a sua construção já é de grande valor. Este é um dos piores momentos dos direitos humanos no mundo nos últimos 60 anos. A xenofobia e a intolerância estão crescendo, enquanto o Brasil tem levantado bandeiras contra a discriminação e o preconceito”, disse o ministro durante o evento realizado no Museu da República. “Temos uma tarefa difícil pela frente, que é implantar e discutir assuntos como ética, cidadania e direitos humanos na escola. É mais fácil para as pessoas vencerem o racismo ou a discriminação por etnia do que por orientação sexual. Mas vamos vencer este desafio, pois estamos no rumo certo”, completou.
Uma das diretrizes do documento é investir em programas de capacitação para policiais, para que os homossexuais não tenham mais tratamento diferenciado nos departamentos de polícia. “Sei que muita água vai rolar até tirarmos esse projeto do papel. Mas um grande avanço foi responsabilizar as autoridades públicas, incluindo os policiais, pela omissão”, disse o deputado estadual Carlos Minc, presente na mesa de abertura.
O lançamento do programa no estado marcou o início da Semana do Orgulho GLBT, que terminará com a realização da Parada, no domingo, 27. Além do ministro e do deputado, fizeram parte da mesa o presidente do Grupo Arco-Íris de conscientização homossexual, Cláudio Nascimento, o diretor do Museu, Ricardo Vieiralves, que manifestou publicamente a idéia de abrir um espaço no local para a memória homossexual brasileira, o secretário municipal da Assistência Social, Marcelo Garcia, o secretário municipal das Culturas, Ricardo Macieira e a ativista Eliana Eleutério. “Produzir uma lei é um grande avanço, mas precisamos de pessoas que promovam uma mudança social. A gente só alcança a cidadania se formos visíveis. No ano passado, durante a parada, 60% das pessoas que responderam a uma pesquisa disseram que vêm à parada para mostrar que existem. A partir do documento Brasil sem Homofobia, vamos construir um país onde duas pessoas, independente do sexo, possam expressar seu amor e afetividade de forma plena”, finalizou Cláudio Nascimento.