Sobre AFROntar a Casa-Grande e botar a cara no sol: Uma etnografia transviada de formas de gestão do sofrimento
Dissertação de mestrado de Ueslei Solaterrar (CLAM/ IMS/ UERJ)
O trabalho visa contribuir com uma discussão generificada no campo da saúde mental e sustentar uma discussão da saúde mental no campo dos estudos transviad@s, tendo a discussão racial como transversal. A partir da noção de “sistema de gênero moderno colonial” e de uma perspectiva analítica interseccional, a pesquisa analisou as formas de gestão do sofrimento em seu duplo sentido, de gestar e de gerir. Baseou-se em uma etnografia multisituada em espaços nomeados como dispositivos encruzilhados: a ONG Casinha e o Serviço Noturno de um CAPSAd do RJ, bem como nas histórias de vida de quatro mulheres trans. A primeira parte aborda a gestão do sofrimento no sentido de gestar, discutindo o que se chama de itinerários de vulnerabilização. Na segunda parte, sobre a gestão do sofrimento no sentido do gerir, desenvolveu-se a noção de itinerário de encruzilhamento. Em termos analíticos, busca-se o afastamento de uma perspectiva salvacionista e da reificação do dispositivo transexualizador enquanto tutela, patologização e vitimização das pessoas trans. Para tal, propõe uma nova epistemologia do sofrimento, sugerindo a noção de sofrimento encruzilhado como a interseção entre o itinerário de vulnerabilização e o itinerário de encruzilhamento.
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