CLAM – Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos

Além do discurso vitimizante

Impulsionado pela abordagem da questão do tráfico de mulheres brasileiras para fins de exploração sexual no exterior, conforme apresentada na novela das 21h da TV Globo – Salve Jorge –, o jornal Folha de São Paulo publicou matéria sobre o tema na edição de domingo (9/12), mostrando as divergências que o assunto levanta. Clique aqui para ler a reportagem.

Divergências teóricas à parte, é fato que aquilo que passa na novela – mulheres enganadas, que acabam vivendo em situação de semiescravidão e obrigadas a se prostituir – não abrange ou resume as experiências de todas as mulheres que vão trabalhar no mercado do sexo no exterior. A abordagem da novela é analisada aqui no texto "Quando Jorge salva a mocinha", assinado pela pesquisadora Anamaria Marcon Verson (foto), doutoranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGICH – UFSC) e autora da dissertação de mestrado “Rotas do desejo: tráfico de mulheres e prostituição como estratégia migratória no El País e na Folha de São Paulo (1997-2007)”, defendida em 2009 no Programa de Pós-graduação em História Cultural do departamento de História da UFSC.

No texto, escrito exclusivamente para o CLAM, ela avalia o modo como o tráfico de pessoas é tratado em produções midiáticas e mostra que a discussão em torno da questão é movida por diferentes interesses, por diversos saberes que se enfrentam numa acirrada disputa.

"O problema do discurso da "vítima enganada obrigada a se prostituir no exterior" é que ele apaga as ações de mulheres que migram voluntariamente para trabalhar no mercado do sexo e gera violações de direitos", aponta a autora.

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