CLAM – Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos

Em busca da boa morte

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Em 1999, ao pesquisar em um Centro de Tratamento Intensivo de um hospital publico universitário, presenciei a morte solitária de um senhor de 80 anos, esquizofrênico crônico, cardíaco, com câncer e múltiplas metástases, conectado a aparelhos a amarrados às grades do leito. Acompanhei diversas situações semelhantes, nas quais pacientes diagnosticados como “fora de possibilidades terapêuticas” (FPT), com prognóstico de morte próxima, faleceram com seus corpos invadidos por tubos, sem a presença de familiares.


O que fazer com este paciente? Como administrar seu final de vida? Justifica-se a manutenção do aparato tecnológico quando não há mais esperança de cura? Quando interromper o tratamento curativo?


Estas – e outras – indagações que então surgiram, configurando a temática sobre a qual me debrucei, até me ver imersa na causa da “boa morte.”