A relação entre psicanálise e homossexualidade dificilmente pode ser considerada estável. A posição do próprio fundador da disciplina, que possuía uma compreensão “perversa polimorfa” da sexualidade, na qual “todos os seres humanos são capazes de fazer uma escolha de objeto homossexual e que de fato a consumaram no inconsciente”, era que a homossexualidade “não é motivo de vergonha, não é uma degradação, não é um vício e não pode ser considerada uma doença” Apesar disso, durante décadas as instituições psicanalíticas promoveram uma visão moralizante da conduta sexual, entronizando a heterossexualidade reprodutiva como destino de uma sexualidade supostamente normal.
Este debate perpassou a história da psicanálise, sendo abordado de maneiras diversas na esteira dos seus movimentos teóricos e instituições. Dois psicanalistas do Rio de Janeiro, Antonio Quinet (UVA) e Marco Antonio Coutinho Jorge (UERJ), propõem retomar os conceitos de Freud e de Lacan para trazer à luz para a sociedade o que a psicanálise tem a dizer sobre o assunto. Para comemorar os 40 anos do Stonewall, evento fundador do movimento homossexual, eles organizaram o colóquio “Homossexualidades na Psicanálise”, que aconteceu na sexta feira, 26 de junho, no campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida. Clique aqui para ver a programação.
Em conversa com o antropólogo Horacio Sívori, pesquisador do CLAM, Antonio Quinet e Marco Antonio Coutinho Jorge repassaram os modos como a homossexualidade foi abordada ao longo de mais de um século de psicanálise, e como essa questão continua a instigar a teoria e prática psicanalítica.
Horacio Sívori – Parece curioso a psicanálise se preocupar com a homossexualidade quando, na compreensão freudiana, a sexualidade é uma força cujo impulso se estruturaria para além, ou a despeito, de classificações sexológicas convencionais, como a distinção entre hetero, homo e bissexualidade.
Antonio Quinet – Freud elaborou o conceito de pulsão, para tratar justamente da “força” do “impulso” sexual. A pulsão sexual – a Trieb freudiana, infelizmente designada como “instinto” na tradução brasileira – se distingue do instinto sexual próprio do animal, pois ela é determinada pelo inconsciente. O “representante da pulsão” é uma “energia” que Freud designa de “libido”, que é da ordem do prazer, do desejo e do gozo. Essa pulsão está além, ou a despeito, como você diz, de qualquer classificação. Ao contrário, é ela que vai qualificar esta ou aquela atividade erótica: a pulsão oral, anal, escópica, etc., constituem a sexualidade, independentemente do sexo do parceiro. No sexo, o que interessa à pulsão sexual é a satisfação da zona erógena (a boca, o ânus, os genitais, mamilos, etc.). O parceiro do sexo é um objeto que, “na cama”, o sujeito recorta do corpo do outro. E isso independe do gênero dos parceiros sexuais. A pulsão é sempre parcial. E o coito genital não é absolutamente uma exigência da sexualidade, nem uma suposta “maturidade” da pulsão; e muito menos uma norma. A psicanálise se opõe à pedagogia do desejo, pois esta é uma falácia. Não se pode educar a pulsão sexual. Não se pode desviá-la para acomodá-la aos ideais da sociedade. A pulsão segue os caminhos traçados pelo inconsciente, que é individual e singular.
HS – Então, qual seria o lugar das chamadas identidades sexuais na teoria e prática psicanalítica?
AQ – Sobre a questão do que chamamos de orientação sexual, Freud utiliza o termo de “escolha de objeto” para designar uma escolha homo ou heterossexual, e propõe o conceito de bissexualidade estrutural para todo ser humano. Para a psicanálise, assim como a homossexualidade, o interesse exclusivo de um homem por uma mulher também merece esclarecimento. A investigação psicanalítica, diz Freud em seu texto premiado sobre Leonardo da Vinci, opõe-se à tentativa de separar os homossexuais dos outros seres humanos como um “grupo de índole singular”, pois “todos os seres humanos são capazes de fazer uma escolha de objeto homossexual e que de fato a consumaram no inconsciente”. O complexo de Édipo, que cai no esquecimento do Inconsciente, comporta, também a ligação libidinal do filho para com o pai e da menina para com a mãe, além das ligações do filho com a mãe e da filha com o pai. Assim, o número de homossexuais que se proclamam como tais, diz Freud, “não é nada em comparação com os homossexuais latentes”. Há uma diversidade enorme na homossexualidade tanto na praticada quanto na latente e sublimada. Devemos falar, portanto, de “homossexualidades” no plural, como está no título de nosso Colóquio.
A questão das identidades sexuais é complexa. O termo identidade não é um termo psicanalítico. Não é um conceito com o qual o psicanalista opera. Este lida com as identificações do sujeito que, como sujeito da linguagem, é dividido, por estrutura, sempre entre dois significantes. Não há “gay em análise” (título de um congresso de psicanalistas realizado na França), e sim sujeito de desejo, sujeito do inconsciente, cuja unicidade é falaciosamente suposta por meio de suas identificações. A identificação a um grupo, ou a um nome (ou a um significante definidor desse grupo) e até mesmo, dirá Lacan, ao “homem” e à “mulher” não define absolutamente o sujeito. E muito menos sua escolha de objeto, ou sua orientação sexual. Freud, como ele mesmo o diz, está mais próximo dos gregos da Antiguidade que valorizavam mais a pulsão do que seu objeto. Ao radicalizar a separação, operada por Freud, da posição sexuada em relação à anatomia, Lacan propõe formas distintas de gozo: o gozo fálico, que é o sexual propriamente dito tanto para homens quanto para mulheres, qualificado de ”masculino”; e um gozo para além do falo, o “gozo feminino”, que ultrapassa o sexo e até mesmo a linguagem. Em suas “fórmulas da sexuação”, Lacan situa, por exemplo, as mulheres histéricas do lado masculino; e do lado feminino todo aquele que se encontra no lugar de objeto de desejo, sem que isso corresponda a uma definição de gênero. Nesse sentido, subverte totalmente a questão da “identidade”, dos grupos, redutos e guetos. O que não quer dizer que, em termos de estratégia política, o tema de identidade não tenha sua utilidade. Mas sem que o sujeito se engane sobre essa suposta definição de sua “identidade” singular.
HS – Qual o alcance atual da despatologização da homossexualidade promovida no campo psi há mais de 30 anos?
Antonio Quinet – Ao responder a uma mãe preocupada com a homossexualidade do filho, Freud, em 1935, aponta que esta não é nenhuma desvantagem, nem tampouco uma vantagem, “ela não é motivo de vergonha, não é uma degradação, não é um vício e não pode ser considerada uma doença”. Apesar dessa indicação de Freud em 1935 – o qual cinco anos antes assinara uma petição a favor da descriminalização da homossexualidade –, só em 1973 a American Psychiatric Association (APA) deixou de considerar a homossexualidade como doença. E isso, depois que ativistas gays, por duas vezes (1970 e 1971), invadiram o encontro anual da APA. Mas, por incrível que pareça, analistas da IPA (Associação Internacional de Psicanálise) se colocaram contra e fizeram um manifesto com duzentas assinaturas contra a retirada da homossexualidade da lista de doenças. Acabaram vencidos e, mesmo assim, só em 1993 a OMS retirou-a da sua classificação internacional de doenças. Essas duas correntes continuam existindo na psicanálise. Hoje em dia, os analistas adeptos da concepção de doença são menos explícitos, pois não fica bem ser homofóbico. Seus discursos são menos violentos e repressores, mas não deixam de existir.
Marco Antonio Coutinho Jorge – Por incrível que pareça, os psicanalistas talvez tenham sido os que mais reagiram a esta despatologização, e ainda reagem hoje bastante a ela. Haja vista a querela sobre a homoparentalidade ocorrida na França há alguns anos que opôs dois grupos de psicanalistas: de um lado, Elizabeth Roudinesco e Sabine Prokhoris, entre outros, defenderam a legalização da adoção de crianças por casais homossexuais e reconheceram o desejo deles de filiação como plenamente legítimo; de outro, Jean-Pierre Winter e Charles Melman, entre outros, se opunham a isso e usavam a teoria psicanalítica como argumento para sustentar suas posições altamente conservadoras. É impressionante ver psicanalistas lacanianos assumirem posturas tão conservadoras e malsãs, condizentes com as opiniões menos esclarecidas da população. Os psicanalistas, quando se trata de homossexualidade, se tornam freqüentemente religiosos, no sentido de que pregam uma versão única da verdade para todos. Ora, nós sabemos que a singularidade do desejo do sujeito é a mola mestra da ética da psicanálise, tal como sustentada por Lacan, de modo que qualquer ideal de normativização do pensamento ou do comportamento deve ser considerada anti-freudiana e anti-lacaniana.
Antonio Quinet – Do ponto de vista da psicanálise, podemos pensar que esses analistas adotam o senso comum quanto ao homossexual, que provoca o imaginário de um gozo outro, tão diferente – e ao mesmo tempo tão semelhante – ao do “normal” que ameaça. Então, para a consciência da norma, é melhor qualificá-lo de pervertido, não-confiável, pois é um gozo periférico, daí ser peri-goso. Por outro lado, a exemplo de Ana Freud, a aceitação da homossexualidade do outro se encontra na dependência de como o sujeito lida com a sua própria. Quanto mais ele a rejeita em si mesmo, menos saberá lidar com ela, podendo fazer desse outro um objeto de ódio, de agressões e até de assassinato. O desejo pelo outro, ao ser recusado, pode se transformar em ódio. Da homofobia ao homoterrorismo é um passo. Um pouco mais de análise não faria nada mal a esses analistas!
HS – Existe uma polêmica desde o surgimento da psicanálise e a partir da transmissão dela para os discípulos de Freud. Vários historiadores da psicanálise mencionam uma “puritanização” da psicanálise, particularmente por parte de analistas norte-americanos, de quem o próprio Freud disse, “eles não sabem que estamos a trazer a peste”.
AQ – Não há um consenso e isso tem uma história que se encontra nos pós-freudianos. Ernest Jones, biógrafo de Freud, vai contra a posição de Freud de permitir o acesso normal de homossexuais à formação analítica. Freud considerava existir vários tipos de homossexualidade, e que cada caso deveria ser apreciado, assim como qualquer candidato. A historiadora da psicanálise Elisabeth Roudinesco relata que Jones, ao contrário, considerava que a homossexualidade “é um crime repugnante; se um de nossos membros o cometesse, seríamos objeto de grande descrédito”. Ana Freud também foi contra o pai, deturpando sua teoria, militando contra o acesso de homossexuais na psicanálise e tentando em sua clínica converter os homossexuais em bons pais de família. Logo ela que nunca foi vista com homem nenhum, e partilhou toda sua vida com uma mulher sem nunca ter se assumido homossexual. Roudinesco também lembra que Melanie Klein considerava a homossexualidade como um distúrbio esquizóide para se defender da paranóia. Este quadro é o legado freudiano que chegou aos Estados Unidos e se expandiu pela Europa!
Depois do Congresso da IPA de Barcelona em 1997, em que Ralph Roughton, analista didata, e outros se declararam homossexuais e traçaram o histórico da questão do ponto de vista institucional e teórico, podemos dizer que não se pôde mais tratar o tema da mesma forma repressiva na IPA. Com Lacan, houve uma retomada dos princípios e da ética da psicanálise, o que não impede hoje alguns pós-lacanianos de também deturparem seu ensino e retomarem teses que, embora sofisticadas, são impregnadas da concepção de desvio e anormalidade, que serão retomadas em detalhes em nosso Colóquio.
HS – Quais as definições ou usos atuais da categoria “perversão”, se não associada ao desvio de um desejo sexual considerado mais legítimo ou sadio?
MACJ – A homossexualidade não é uma perversão, porque a noção de perversão implica, antes de mais nada, em que haja uma versão correta! É digno de nota que a homossexualidade foi considerada originalmente uma inversão, antes de ser tratada como uma perversão. A inversão significa que algo está totalmente de cabeça para baixo. Vê-se que de fato trata-se sempre de crer na existência de uma versão normal e conforme da sexualidade. Esta não é a minha concepção nem acredito que seja a de Freud. Porque a homossexualidade é, no fundo, uma subversão radical. Mais essencialmente ainda, considero que a homossexualidade é, na verdade, a revelação da subversão inerente à sexualidade humana, que não se subordina a nenhum ideal. Se não há inscrição da diferença sexual no inconsciente, como demonstraram Freud e Lacan, cada sujeito construirá uma sexualidade – homo, hetero ou bi – absolutamente legítima. Pois não cabe a ninguém autorizar a sexualidade de ninguém. Isso sim seria perversão, querer tomar-se pelo Outro e querer fazer a Lei para o desejo do Outro. Nada mais distante da psicanálise do que isso.
AQ – Apesar do termo “perversão” estar articulado historicamente a “desvio da norma” sexual e à noção de perversidade e periculosidade, a psicanálise o utiliza de maneira bem diferente. Em primeiro lugar, Freud generaliza a perversão: a sexualidade é não só perversa, mas “polimorfo-perversa”, pois a sexualidade admite toda a variação possível, sendo seu objetivo unicamente a satisfação pulsional. A conexão da sexualidade com a reprodução é um dado científico-religioso que o sexo desconhece. Por outro lado, perversão é uma das “estruturas clínicas”, ao lado da neurose e da psicose. Não é mais patológica do que as outras. São três modos de se lidar com a castração simbólica, ou melhor, três meios de negá-la, pois ela, tanto para o homem quanto para a mulher, gera angústia e ameaça. Para a psicanálise, um homossexual pode ser neurótico (histérico, obsessivo, fóbico), psicótico (esquizofrênico, paranóico) ou perverso (fetichista, sádico, masoquista, voyeur, etc.). E mesmo dentro de cada tipo clínico, a diversidade é imensa. São também três maneiras de gozar: o neurótico não sabe como gozar, o psicótico atribui o gozo ao Outro, e o perverso se faz de instrumento do gozo do Outro.
Identificar todo homossexual à perversão é algo que a clínica desmente e só pode advir de uma leitura apressada, de preconceito ou de homofobia (a respeito da própria homossexualidade ou da homossexualidade dos outros). Não existe “O Homossexual”, e sim homossexuais, tanto quanto neuróticos, psicóticos e perversos. Lacan aproxima a perversão da sublimação, mostrando que são duas formas de se atingir um gozo para além do princípio do prazer, que é da ordem da criação – o perverso com a fantasia e o artista com a obra. E, no final de seu ensino, nos anos setenta no seminário RSI, “Real, Simbólico, Imaginário”, ele desconstrói o conceito fazendo um trocadilho entre perversion e père-version, apontando que a perversão é uma versão do pai, que ele designa como “aquele pai que tem uma mulher como objeto de desejo”. Lá onde se esperava a norma, Lacan coloca a perversão, como a característica por excelência da sexualidade.
HS – São freqüentes os relatos de pacientes e de profissionais que transitaram numa análise ou numa formação psicanalítica, de práticas homofóbicas por parte de analistas e de instituições, como a tentativa de “curar” tendências homossexuais, ou a regra (formal ou informal, explícita ou não) que impedia um/a homossexual assumido de se tornar analista. MACJ – Tudo decorre da mesma noção normativizante, e eu diria mesmo pré-freudiana, da sexualidade. Freud foi tão claro e sereno quanto a isso: ao finalizar sua obra mais importante sobre a sexualidade, os Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, ele asseverou que “quando a homossexualidade não é considerada um crime [sim, porque na época esta questão era colocada desse modo em muitos lugares da Europa], ver-se-á que ela responde amplamente às inclinações sexuais de um número não pequeno de pessoas”. O colóquio tratará desse aspecto em especial, com a apresentação de pesquisas feitas sobre a homofobia nas instituições de psicanálise e na literatura psicanalítica.
AQ – Conheço vários casos de homossexuais cujos analistas tentaram “curá-los”, seja por pedido deles mesmos por não aceitarem sua atração pelo mesmo sexo, seja da parte dos analistas que queriam – baseados na teoria freudiana da bissexualidade – “desrecalcar” a heterossexualidade latente. Não conheço nenhum analista que tenha tentado fazer o contrário. Ouvi também relatos de pacientes cujos analistas queriam fazer o sujeito masculino ter relações com mulheres para “perder o medo do outro sexo” e “afrontar a castração”. E até mesmo, máximo do cinismo, ouvi um caso em que o analista tentou ensinar o sujeito a fazer sexo oral com uma mulher. Quando o analisante não sai dessa análise, os resultados podem ser catastróficos, indo até, por exemplo, a produção de um quadro deliróide/delirante, como já tive a oportunidade de observar. Essas conduções de análise por esses analistas causam o descrédito da psicanálise, impedindo que aquele sujeito se beneficie da análise para ultrapassar suas reais dificuldades. Quanto á formação analítica, não há uma regra escrita, que eu conheça, em nenhuma Sociedade ou Escola de Psicanálise que impeça homossexuais de entrarem numa formação, mas o boicote se dá ainda em muitos lugares, através de diversos procedimentos que vão da coação a impedimentos até a indiferença na instituição.
HS – Que matizes são possíveis na produção psicanalítica atual, a respeito da abordagem das homossexualidades e do que é chamado de perversão?
MACJ – Há diferentes versões sobre a homossexualidade e sobre a perversão na psicanálise. Nesse sentido, nosso colóquio poderia ter se intitulado igualmente “As homossexualidades e as psicanálises”: Pode-se dizer que existem tantas versões sobre a homossexualidade e a perversão quanto psicanálises. Mas de uma forma geral, acredito que há um ponto de resistência crucial dentro da própria psicanálise em relação à despatologizar de fato a homossexualidade. Trata-se de um ponto opaco, resistencial, que concerne a meu ver a uma resistência à própria concepção psicanalítica da sexualidade como um todo e não apenas à homossexualidade. Há uma resistência fundamental em aceitar a concepção freudiana da sexualidade, francamente desvinculada dos ideais da ciência e da religião. É através destas que a maior resistência se produz dentro da psicanálise. Há um fundo de religiosidade que faz com que os psicanalistas possam às vezes, infelizmente, se unir ao senso comum, para o qual é preciso dar um sentido unívoco à vida e logo à sexualidade.
Quanto à religião, a minha hipótese é a seguinte: a Igreja católica produziu um golpe de mestre ao condenar a homossexualidade por um lado e produzir, por outro, a segregação dos sexos no convívio entre seus religiosos. O resultado foi uma única e atraente mensagem: quem quiser vivenciar a sua homossexualidade, vinde até nós! A força da Igreja católica certamente dependeu da força de sua convocatória dirigida aos homossexuais e, se ela hoje está decadente, acredito que isso se deu em concomitância à aceitação da homossexualidade pela cultura ocidental. Não é mais necessário ser padre ou freira para viver a sua homossexualidade. O início da decadência da Igreja se deu muito próximo a revolta de Stonewall.