A professora e pesquisadora Claudia Mora (CLAM/IMS/UERJ) irá apresentar a palestra “Comunicação da Prevenção Combinada: concepções e estratégias da sociedade civil no estado do Rio de Janeiro” na Escuela de Estudios de Género, na Universidad Nacional de Colombia, no dia 26/11, às 19:00 horas. A palestra ocorrerá na modalidade presencial, mas também será transmitida remotamente. Quem tiver interesse em assistir, deve entrar em contato com a palestrante, através do e-mail claudiamoraca@gmail.com e solicitar o link de acesso.
Resumo do trabalho a ser apresentado:
No cenário global, as transformações das estratégias de prevenção ao HIV tem sido atravessadas pela despolitização, pela parca incorporação do quadro da
vulnerabilidade e dos direitos humanos, e pela expansão de tecnologias
biomédicas. Nos últimos quinze anos, a Prevenção Combinada (PC) têm sido a
abordagem predominante, que preconiza a articulação de intervenções biomédicas, estruturais e comportamentais. No Brasil, as ações estruturais, como por exemplo, a comunicação pública, têm sido alvo de modestos investimentos, quando comparado com as tecnologias biomédicas (Tratamento como Prevenção – TcP; Profilaxia Pós Exposição sexual – PEP; Profilaxia Pré Exposição sexual – PrEP; testagem). É notável como a PC ganha diferentes sentidos nas diretrizes, protocolos e mídias governamentais. Por um lado, ela parece orientar as ações do Estado, e por outro, representa um leque de insumos preventivos a serem escolhidos pelos indivíduos segundo seu ‘estilo de vida’. Compreender a trama que constitui a atual comunicação da prevenção do HIV significa identificar a diversidade de atores e de linguagens mobilizados, bem como dimensionar as desigualdades no exercício do direito à prevenção.
A investigação parte da hipótese de que a divulgação e circulação das informações sobre prevenção se inscreve numa uma gramática biomédica e neoliberal, vocalizada por distintos atores, que atuam a partir de perspectivas e linguagens heterogêneas. A pesquisa busca identificar as visões e estratégias de atores da sociedade civil (ONGs, ativistas, redes) envolvidos na elaboração de ações de comunicação da PC no estado do Rio de Janeiro e as especificidades sociais e históricas em que estas vêm sendo produzidas.
O estudo visa consolidar pesquisas relativas aos processos de mudança nos modelos de prevenção à Aids no Brasil e gerar subsídios para o aprimoramento das práticas de prevenção.