Segundo o antropólogo cultural norte-americano Gilbert Herdt, diretor do Centro Nacional de Recurso em Sexualidade da Universidade de São Francisco (EUA), o grande obstáculo a ser superado pelos norte-americanos é o pânico moral, “uma reação de medo por parte da população a uma gama de questões ligadas à homossexualidade, ao aborto e à prostituição, entre outras. Nos EUA, o pânico moral pode facilmente ser criado”, disse ele.
Gilbert lembrou que no final dos anos 90, início do governo Bush, o país acompanhou mudanças que indicaram um aumento do pânico moral. A primeira medida do recém eleito presidente foi suspender ajuda financeira para clínicas que praticassem o aborto.
Quanto à diversidade sexual, o antropólogo afirmou que a questão é tão complexa quanto na América Latina. Houve melhoras, segundo ele. “A taxa de aprovação a homossexuais subiu 12 pontos nos últimos dez anos. Antes, essa taxa se elevava apenas 4 pontos percentuais em 20 anos. O jovem americano aprova e apóia os direitos de gays e lésbicas, embora seus pais sejam contra essas leis. Ainda existe o pensamento de que gays e lésbicas são promíscuos”, contou Herdt.
Nos Estados Unidos, 26 estados discriminam a homossexualidade e em alguns deles a prática ainda é vista como doença. Apenas dois estados, Massachussets e Connecticut, permitem a união civil.
A sexualidade no mundo