Nós, pesquisadores vinculados ao Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos e ao Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos (UERJ), manifestamos publicamente nossa tristeza e revolta em face do brutal e covarde assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes. Morre uma militante pelos direitos humanos (mais uma!), uma mulher negra, feminista, jovem, bissexual, da Maré; socióloga e ativista cujas ideias políticas conquistaram milhares de corações no Rio de Janeiro e fora dele. Lamentamos profundamente a perda de uma companheira na luta pela promoção dos direitos sexuais e reprodutivos e, principalmente, de uma voz que denunciava sem tréguas a contínua e histórica matança que, pelo tiro ou pelo abandono, atinge as populações mais vulneráveis do país, especialmente populações negras, LGBT e de mulheres. Com Marielle aprendemos que mesmo nas condições mais desfavoráveis é possível não se calar, não se conformar com destinos que parecem inexoráveis e lutar por justiça. Compartilhamos com familiares, amigos, companheiros de militância e com todos os que se identificavam com suas ideias e sonhos a dor e a comoção dessa perda e, com eles, exigimos o esclarecimento imediato de sua morte e a punição de seus responsáveis.