Nós, da equipe do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ), compartilhamos o pesar pela partida de Nilcéa Freire, política, feminista interseccional, como ela mesma se definiu, primeira reitora mulher da UERJ e “Ministra das Mulheres”. Ícone das nossas lutas, Nilcéa promoveu a implementação, na UERJ, do primeiro sistema de cotas em instituições de ensino superior no Brasil. Como Ministra à frente da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), encabeçou as primeiras Conferências Nacionais da área e foi responsável pela proposição da Lei Maria da Penha e da garantia de direitos das empregadas domésticas, ambas de 2006.
Como reitora, Nilcéa acompanhou o processo de implantação do CLAM, respaldando ativamente as nossas atividades. Posteriormente, já Ministra, Nilcéa assumiu um papel fundamental nas articulações que deram lugar à criação dos cursos Gênero e Diversidade na Escola (GDE), Formação em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça (GPP-GeR) e Especialização em Gênero e Sexualidade (EGeS), desenvolvidos pelo CLAM em parceria com a SPM e vários outros órgãos, que deram ao nosso labor projeção no nível federal. Mais recentemente, como representante da Fundação Ford no Brasil, sua visão foi fundamental para a implementação do projeto de pesquisa e extensão Fundamentalismos, Sexualidade e Direitos Humanos e da coalizão para enfrentar o impacto da zika na saúde reprodutiva das mulheres no Brasil.
Compartilhamos a dor pela perda de uma grande guia e parceira e enviamos o nosso abraço a familiares, amigas, companheiras de militância.