A revista Sexualidad, Salud y Sociedad, publicação do CLAM, completou 12 anos. Sua última edição, lançada em dezembro de 2020, traz artigos originais voltados para temáticas relacionadas a gênero, sexualidade, raça, classe e saúde que refletem sobre o caráter estrutural das desigualdades existentes no acesso à saúde e à justiça na região, como destaca o editorial "Raça, sexualidade e saúde. Novas perspectivas e renovadas aproximações" assinado por Silvia Aguião, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e do CLAM e editora executiva da revista.
Abre o número o texto As cores do antirracismo (na Améfrica Ladina), de Mara Viveiros Vigoya, cujo subtítulo evoca a proposta teórica e política da feminista negra brasileira Lélia Gonzalez, destacando o papel do “conhecimento situado” com relação à “distribuição racializada do poder” e a potência da atual virada antirracista. A partir de pesquisas empíricas, dois textos, Género y juventudes Argentinas: ¿de qué estamos hablando cuando hablamos de “el problema del embarazo adolescente”, de Adriana Durán e María Muro, e Formas de (des)engajamento. Aborto entre homens adultos no Rio de Janeiro, Brasil, de Cristiane Cabral, Elaine Brandão, Rogério Azize e Maria Luiza Heilborn, questionam entraves, lugares comuns e os próprios contornos do tema da reprodução e seu governo. Finalmente, El VIH y la opresión de los hombres seropositivos con identidades no heteronormativas en Chiapas, México, de Francisco Chong Villarreal, investiga o impacto do diagnóstico soropositivo na expressão de gênero e práticas sexuais no contexto rural mesoamericano.
Além dos artigos do fluxo regular, compõe a edição o dossiê Mães e Processos de Estado, organizado por Juliana Farias, Natalia Bouças do Lago e Roberto Efrem Filho, composto por oito obras. A produção aborda o engajamento de mães e familiares na luta por justiça e reconhecimento de vítimas de todas as formas de violência. O conjunto dos trabalhos sublinha a dimensão coletiva e relacional tanto da luta organizada pelo e através do luto e do sofrimento das mães.
Completam o número as resenhas dos livros “Governo de mortes. Uma etnografia da gestão de populações de favelas no Rio de Janeiro”, de Juliana Farias, 2020 (Evandro Cruz Silva); e “Fat”, de Deborah Lupton, 2018 (Beatriz Klimeck Gouvêa Gama).
Acesse o número 36 da revista.
Em 2021, a Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana entra em seu 13º ano de existência.
Saiba mais sobre o periódico
Sexualidad, Salud y Sociedad, criada em 2009, é editada pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ) com periodicidade quadrimestral. A produção destina-se à análises originais sobre temáticas que se relacionam com países latino-americanos. De acordo com as políticas de incentivo ao acesso amplo da ciência, a revista Sexualidad, Salud y Sociedad é disponibilizada de forma gratuita.
A submissão de artigos é contínua através do site da publicação. O manuscrito deverá seguir as condições para submissão da revista.