CLAM – Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos

Políticas da reprodução

Seminário reúne pesquisadoras latino-americanas no dia 20 de setembro no auditório do IMS-UERJ

Pesquisadoras do Brasil, Chile e Argentina vão discutir diferentes aspectos das políticas reprodutivas na região no seminário Políticas da reprodução: perspectivas latino-americanas. O evento acontecerá no dia 20 de setembro de 2022, a partir de 13h30, no auditório do Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS-UERJ). Com organização de Laura Lowenkron (CLAM/IMS-UERJ), Camila Fernandes (MN-UFRJ/UFBA) e Marjorie Murray (Escuela de Antropologia/UC-Chile), o seminário conta com duas mesas em sua programação.

Os diálogos buscam interseccionalizar a discussão em gênero, sexualidade, raça e/ou território, a fim de refletir seus dinamismos e influências sociais através de estudos de vasta amplitude temporal e regional, atentando-se a contextos que, por vezes, sofrem invisibilização apesar de atingirem um grande número de mulheres.

A primeira mesa, Políticas Reprodutivas: corpos, governança e Estado, terá Letícia Ferreira (IFCS-UFRJ) como debatedora e se propõe a discutir as políticas reprodutivas a partir de um olhar voltado à gestão estatal. Ela é composta por Layla Carvalho (UNB), colaborando através de seu artigo “Transnacionalismo e interseccionalidade na construção de políticas públicas para as mulheres: da Rede cegonha à epidemia do vírus Zika”, que analisa o papel de ferramentas transnacionais nas políticas de saúde para mulheres no Brasil de 1983 até 2016.

Marjorie Murray (UC Chile) também participa na Mesa 1, apresentando sobre seu estudo “Ni cuidadoras ni cuidadas: relaciones ambiguas de mujeres-madres desplazadas con las caras del estado en Santiago”, que busca evidenciar os paradoxos do viés maternalista das políticas públicas chilenas a partir das ambivalências vividas por mulheres mães que convivem com problemas de saúde mental na relação com suas famílias e com a institucionalidade estatal.

Ainda na Mesa 1, Andrea Moraes (ESS/UFRJ) traz à discussão o trabalho “O Debate sobre a regulação da fecundidade no Brasil (1970-1980)”, abordando a relevância destinada ao tema nos jornais em um período no qual o crescimento demográfico era entendido como causa do subdesenvolvimento do país.

A segunda mesa, Políticas da parentalidade, maternidades e práticas de cuidado, tem Marina Nucci (IMS-UERJ) como debatedora e coloca em pauta o tema das maternidades, abrangendo a sua diversidade e sua dimensão política e cotidiana.

Rosamaria Carneiro (UNB) colabora com a discussão através de sua pesquisa Não quero (mais) ter mais filhos: a maternidade em crise é afinal uma consequência da pandemia?, na qual se debruçou sobre cenários de desejo e não desejo da maternidade antes, durante e depois da pandemia de Covid-19.

Também na Mesa 2, Johana Kunin (UNSAM) apresenta o debate de seu estudo Mujeres rurales redefiniendo el cuidado y la agencia en la Pampa argentina, onde analisa diferentes concepções dos cuidados trabalhados por mulheres de regiões rurais na Argentina sob um olhar influenciado pelo feminismo pós-colonial, defendendo que o ato de cuidar não é necessariamente opressor às mulheres.

Com o trabalho Casas de “tomar conta” e creches públicas:  relações de interdependência e circuitos locais de cuidado entre periferias e Estado, Camila Fernandes (MN-UFRJ/UFBA) traz para a segunda mesa as relações de coexistência entre serviços de cuidado para crianças estatais e informais observados em um complexo de favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. Através dessa dinâmica, propõe diversas reflexões que articulam Estado e desigualdades de gênero, classe, sexualidade, território e raça.

A organização do seminário contou com apoio do CLAM, IMS/UERJ, PJCN/FAPERJ, CAPES, Instituto Milenio para el Estudio de la Violencia y la Democracia (VioDemos), Museu Nacional/UFRJ e Laboratório Feminismos na Diferença (@feminismosnadiferença). Além de ser aberto ao público presencial, o evento será transmitido ao vivo através do canal do Youtube do PPGSC-IMS-UERJ.

Data e horário: 20 de setembro de 2022, 13h30 às 18h.

Local: Auditório do IMS, UERJ (Campus Maracanã), bloco E, 6º andar (entrada pelo 7º andar)

PROGRAMAÇÃO:

13h30 – 13h45: Abertura – Apresentação da proposta do seminário pelas organizadoras Laura Lowenkron (CLAM/IMS-UERJ), Camila Fernandes (MN-UFRJ/UFBA) e Marjorie Murray (Escuela de Antropologia/UC-Chile).

13h45-15h45: Mesa 01 – Políticas reprodutivas: corpos, governança e Estado

  • Transnacionalismo e interseccionalidade na construção de políticas públicas para as mulheres: da Rede cegonha à epidemia do vírus Zika – Layla Carvalho (UNB)
  • O Debate sobre a regulação da fecundidade no Brasil (1970-1990) – Andrea Moraes Alves (ESS-UFRJ)
  • Ni cuidadoras, ni cuidadas: relaciones ambiguas de mujeres-madres desplazadas con las caras del estado en Santiago – Marjorie Murray (UC-Chile)
  • Debatedora: Letícia Ferreira (IFCS-UFRJ)

15h45-16h: Coffee Break

16h-18h: Mesa 02 – Políticas da parentalidade, maternidades e práticas de cuidado

Mujeres rurales redefiniendo el cuidado y la agencia en la Pampa argentina – Johana Kunin (IDAES-UNSAM- Argentina)\r\n

  • Não quero (mais) ter mais filhos: a maternidade em crise é afinal uma consequência da pandemia? – Rosamaria Carneiro (UnB)
  • Casas de tomar conta e creches públicas: relações de interdependência e circuitos locais de cuidados entre periferias e Estado – Camila Fernandes (MN-UFRJ /UFBA)
  • Debatedora: Marina Nucci (IMS-UERJ)

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