CLAM – Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos

Seminário Internacional “Fazendo Gênero 13”: submissão de resumos até 07/02/24

Até o dia 07/02/24 os organizadores receberão propostas de comunicações orais nos Simpósios Temáticos. Confira no site do evento.

Em 2024 o Seminário Internacional “Fazendo Gênero” completará 30 anos de encontros, marcados por importantes trocas entre acadêmicos, estudiosos, ativistas e artistas, em torno de temas relacionados à sexualidade. Será o primeiro seminário presencial após a pandemia da Covid-19 e ocorrerá na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, entre os dias 29 de julho e 2 de agosto de 2024. Devido ao momento político e histórico no qual nos encontramos, o evento foi intitulado “Fazendo Gênero 13 contra o fim do mundo: anti-colonialismo, anti-fascismo e justiça climática”.

As propostas de comunicações orais poderão ser apresentadas aos Simpósios Temáticos (STs) por doutoras/es, mestras/es, estudantes de pós-graduação e graduadas/os/es (graduação concluída), artistas e ativistas.

As propostas devem ser apresentadas ao sistema do site do evento até 07/02/24.

Cada participante poderá apresentar apenas 1 (um) trabalho em apenas 1 (um) Simpósio Temático. Entretanto, no momento da inscrição, cada participante deverá escolher 2 (dois) STs na ordem de sua preferência. Caso o trabalho seja aprovado no primeiro Simpósio Temático, mas não haja espaço neste, o mesmo será enviado às coordenações da segunda opção. Caso o trabalho seja aceito na segunda, mas também não haja espaço para apresentação, a comissão científica alocará o trabalho em algum ST do mesmo eixo temático.

Os trabalhos submetidos aos Simpósios Temáticos podem ser pesquisas, relatos de experiências, performances artísticas ou outras formas de expressão, desde que tenham aderência ao tema e sejam consideradas relevantes pelas/os coordenadoras/es dos STs.

As propostas, feitas diretamente no sistema do site, devem conter:

1. A modalidade de participação (presencial ou online) e a indicação dos dois STs de preferência;

2.Título em português ou espanhol e em inglês (200 caracteres);

3.Resumo em português ou espanhol e em inglês (mínimo de 1000 e no máximo 1.500 caracteres, com espaços). Confira a seguir alguns Simpósios Temáticos que serão coordenados por integrantes do CLAM. Acesse aqui a relação completa dos Simpósios Temáticos, além de outras informações relevantes.

Simpósio Temático n. 190: Violencias y homicidios contra personas LGBTI+ en América Latina y el Caribe

Amaral Arévalo, Gloria Careaga (Coordenadores) Las cuestiones relacionadas con la orientación sexual, identidad y expresión de género ganaron visibilidad internacional durante los últimos 20 años; una de esas cuestiones se a los homicidios contra personas LGBTI+, relacionados generalmente bajo la categoría de crimen de odio. Violencias y homicidios contra personas LGBTI+ acontecen en todas las regiones del planeta. Las agresiones que este segmento de la población recibe, inician desde el acoso y poco a poco trasciende para la intimidación psicológica, la agresión física, sexual, tortura, secuestro y su culminación son los homicidios. La Red Sinviolencia LGBTI reportó que en el año 2021 existió el registro de 377 homicidios de personas LGBTI en América Latina y el Caribe, mostrando la permanencia de este fenómeno al interior de los Estados. El presente Simposio Temático (ST) tiene como objetivo principal reunir activistas, artistas, gestores de políticas públicas y académicos para reflexionar y promover el intercambio de conocimientos sobre violencias y homicidios que enfrentan las personas LGBTI+, comprendiendo estos fenómenos más allá de las dimensiones legales o jurídicas, imbricándonos en el campo de lo social, cultural y relacional. Pretendemos reunir presentaciones orales y performances que analicen las violencias y los homicidios de personas LGBTI+ desde una perspectiva interseccional, que considere la intersección de la orientación sexual, la identidad y expresión de género y otras dimensiones como el origen étnico, la clase social, la discapacidad, entre otros marcadores sociales de la diferencia. Entre las temáticas que nos interesa discutir se encuentran: violencia basada en la orientación sexual e identidad de gênero; homicidios por prejuicio y transfeminicidios; recopilación de datos e investigación de violencias y homicídios; violencia psicológica, salud mental y suicídios; violencia política; experiencias de violencia física y sexual; discriminación y exclusión social; violencia institucional y falta de acceso a la justicia; xenofobia, migraciones y esplazamientos forzados; violencia en el ámbito educativo, salud y laboral; violencia en el ámbito familiar y comunitário; estrategias y buenas prácticas para prevenir y abordar la violência; avances y desafíos en la legislación y políticas públicas; experiencias de activismo y organización comunitaria.

Simpósio temático n. 132: Parentalidades, conjugalidades e diversidades. Gênero e políticas

Anna Paula Uziel, Eduardo Steindorf Saraiva, Cecilia Marotta Méndez (Coordenadores)

O objetivo deste grupo temático é abrir um espaço de troca entre pesquisadoras/es que se debruçam sobre conjugalidades e parentalidades, pondo em análise a ideia de família em seus múltiplos sentidos, discutindo padrões sociais e culturais pautados pela ordem patriarcal edipianizada. Através da problematização dos atuais arranjos parentais, propomos discutir as clássicas relações entre gênero, parentesco e reprodução.

Convida-se a pensar a família não como modelo identitário, fixo, estável, modo hegemônico de subjetivação, mas um pensar rizomático, em que as famílias sejam pensadas como configurações abertas e em movimento. As famílias são fabricadas e atravessadas pela normatização, mas novas composições sempre são possíveis e se constituem também atravessadas pelo gênero e pela geração. Assim, pretende-se considerar famílias monoparentais, biparentais, pluriparentais, heteroparentais, homoparentais, transparentais, constituídas através da adoção, com recurso à reprodução assistida, seja medicamente assistida ou caseira, incluindo gestação de substituição. De que forma se constroem os trânsitos entre filhos/filhas de pais separados, o que está em jogo nas chamadas famílias tentaculares? Que questões a homo e a transparentalidade colocam hoje para o campo de estudos da família e do gênero? De que forma a importância do sangue e dos genes se atualiza na prática da reprodução assistida? Que interpelações sobre o tradicional colocam a gestação de substituição e o uso de genes heterólogos? Que questões a discussão sobre o direito ao acesso às origens iluminam no campo das parentalidades? Como o cenário político nacional e internacional atravessa esses diferentes formatos e expressões?

Simpósio temático n. 135: A imaginação como produtora de mundos: desafios metodológicos, científicos e políticos para teorias e práticas feministas inclusivas

Barbara Gomes Pires, Lux Ferreira Lima (Coordenadores)

A imaginação como produtora de mundos: desafios metodológicos, científicos e políticos para teorias e práticas feministas inclusivas

“Não podemos construir o que não podemos imaginar”, declarou Walidah Imarisha. Esse chamado nos convoca a mobilizar uma ficção visionária para romper padrões de desigualdade e lutar por transformações radicais. Parte desse chamamento envolve um exercício de tatear outros modelos de sociedade no qual caibam sonhos comuns de liberdade, justiça social e equidade; a outra parte envolve um movimento ético e político de questionar estruturas de poder e modelos de existência apresentados como incontornáveis. Uma revolução é sempre uma transformação da imaginação. Pensando que essas formas coletivas de imaginar, construir e transformar a sociedade modificam nossos modos de representar e sermos reconhecides, é importante entendermos o exercício imaginativo enquanto parte fundamental de estruturas de regulação, como a formação do Estado-nação. Nós enquanto atores sociais também produzimos o que escapa desse enquadramento contextual, seja em uma configuração de fronteira (Anzaldúa, 1987) ou abjeção (Butler, 1993)  e esse empreendimento de enquadramento e exclusão também merece atenção. Por fim, nos interessamos pelos efeitos e a eficácia do exercício imaginativo: imaginar que as coisas podem ser diferentes não se reduz a regimes de vigilância, violência e controle dos corpos, mas aparece principalmente nas maneiras subterrâneas com que enxergamos, definimos e habitamos o mundo.

Reforçando o caráter multisituado e polissêmico da categoria imaginação, buscamos recuperar um diálogo crítico sobre sua operacionalidade que evidencie a produtividade do termo em pesquisas, investigações e experiências. O ST pretende conjugar trabalhos que examinem a imaginação no mundo social a partir de perspectivas feministas, queer e interseccionais. Assim, é importante a qualificação de tais sentidos com mapeamentos éticos e relações sociais a fim de ilustrar os caminhos que o movimento imaginativo – por exemplo, enquanto comunidade imaginada, especulação, fabulação ou imaginário de nação – costura na realidade. Serão bem-vindos trabalhos com diversos enfoques temáticos, como: ascensão da extrema-direita e produção de racionalidades de inimizade e abjeção em torno de minorias sociais a partir do pânico moral; movimentos liberatórios e imaginações visionárias contra-hegemônicas; desafios teórico-metodológicos de experimentações em pesquisa, como o uso de ficção, especulação e fabulação crítica; práticas científicas articulando gênero, sexualidade, e outros marcadores sociais da diferença que se engajam em fazer, desfazer, estabilizar e questionar o real. Como incentiva a comissão organizadora, receberemos trabalhos que incluam comunicações de pesquisas, performances, relatos de experiências ou outras formas de expressão, desde que com aderência ao tema do ST.

Simpósio temático n. 121: ISTs/HIV/Aids e sexualidades: vivências, assujeitamentos e politizações 

Claudia Mercedes Mora Cárdenas, Luís Felipe Rios, Lírio Ferreira do Nascimento (Coordenadores)

Este ST objetiva aglutinar pesquisas, relatos de experiências e produções artísticas com foco no HIV/AIDS enquanto fato social, produtor de discursos e de práticas, que regulam e atravessam as sexualidades. Abrange, também, as implicações sociais e simbólicas de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), bem como as reflexões acerca das relações multiespécie suscitadas pela pandemia de Covid-19. Temos como ponto de partida a expressiva literatura de inspiração sócio-antropológica sobre as articulações entre Aids e sexualidade, suas contribuições em termos da visibilização das múltiplas experiências e desafios do viver com HIV, da compreensão dos sentidos atribuídos às diversas identidades e práticas sexuais e suas formas de politização. Também levamos em consideração a chave interpretativa das epidemias de significados e seus efeitos em termos da produção e manutenção do estigma e da discriminação. Neste momento em que as políticas de enfrentamento da epidemia de HIV/AIDS tem se caracterizado pelo investimento em ações de cunho biomédico, em detrimento de ações estruturais que promovam e garantam os direitos humanos, somado ao avanço do conservadorismo, esperamos comunicações que nos permitam compreender e aprofundar as discussões acerca da imbricação entre as esferas das sexualidades (suas expressões e regulações), das subjetividades e das políticas sexuais. Assim, pretendemos estimular o diálogo em função dos seguintes tópicos: o plano das subjetividades individuais e das interações sociais e sexuais que envolvem as pessoas vivendo e convivendo com o HIV/AIDS; cuidados de longo prazo e seus efeitos; as percepções sociais sobre as políticas públicas, como a Prevenção Combinada; produção de formas alternativas de comunicação e prevenção por parte da sociedade civil; sexualidades dissidentes, resistências, assujeitamentos, gestão de riscos e produção de identidades; a compreensão do estigma e das desigualdades baseadas no gênero, classe, raça, geração, sexualidade e status sorológico; ativismos, movimentos e agenciamentos políticos em torno do HIV/aids e suas interfaces como movimento de prostitutas, LGBTQIAP+, movimento de mulheres, entre outros; atravessamentos de gênero e sexualidade, e silenciamentos relativos às ISTs (sífilis, HPV, hepatites virais); possibilidades e limites das pesquisas ou produções artísticas em torno das sexualidades (tecnologias digitais); dilemas acerca das possibilidades de novas pandemias e da renovação de pânicos morais e necropolítica. O ST contará com as pesquisadoras Ivia Maksud (Fiocruz) e Mónica Franch (UFPB) como debatedoras.

Simpósio temático n. 88: Gênero e tecnologias digitais

Carolina Parreiras, Horacio Federico Sívori, Elisabeth Jay Friedman (Coordenadores)

Parece impossível, em tempos atuais, pensar a vida cotidiana sem discutir o lugar ocupado pela tecnologia, pela internet e pelas múltiplas relações que elas tornam possíveis e que, sob uma perspectiva sociotécnica, envolvem humanos e não humanos. Os estudos feministas e de gênero têm um papel fundamental tanto para a consolidação tanto do campo dos estudos de ciência e tecnologia quanto dos internet studies, ao problematizar a aparente neutralidade da tecnologia e apontar as múltiplas desigualdades que marcam as relações tecnossociais. Mais recentemente, o contexto da pandemia de Covid-19 tornou mais evidente a necessidade de aprofundar a compreensão das tecnologias e da internet, na medida em que as relações por elas mediadas encerram imensas possibilidades, mas também violências, opressões e desigualdades. Com isto em mente, este Simpósio Temático está interessado em trabalhos que pensem em perspectiva crítica a internet e as tecnologias digitais na sua relação com gênero e outros marcadores sociais da diferença (raça, sexualidade, geração, classe social, dentre outros). Dentro desse escopo, interessam-nos pesquisas que tenham como foco os usos de tecnologias e das redes de conexão, bem como abordagens que levem em consideração infraestruturas, políticas e economias de dados. Em um momento intensamente marcado pela plataformização e a datificação da vida em suas diferentes esferas, cabe-nos perguntar qual o lugar do gênero e de outras categorias de diferença na formatação dessas variadas relações. Convidamos, assim, trabalhos que tenham como objetos e temas possíveis (mas não únicos): plataformas, redes sociais, aplicativos, celulares, desigualdades digitais, inteligência artificial, desinformação e fake news, ativismos digitais, big data, discursos de ódio, violências em suas múltiplas formas, erotismos, pornografia e sexualidades digitais, cartografias e mapeamentos quantitativos, jogos e mundos virtuais, vigilância e segurança digital, dentre outros.