Foi lançada nesta quarta-feira, dia 28, num evento coordenado pelo grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual, no Galeria Café, em Ipanema, a primeira pesquisa de cunho acadêmico sobre o perfil da comunidade GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros – transexuais e travestis) do Rio de Janeiro. O levantamento, desenvolvido em parceria com o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM), ligado ao Instituto de Medicina Social da UERJ, e o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes, levou em conta 468 questionários respondidos por participantes da 8ª Parada do Orgulho GLBT – Rio, realizada em 29 de junho de 2003 na Avenida Atlântica, em Copacabana.
As entrevistas foram realizadas nos mesmos dia e local da Parada durante cerca de três horas. As 43 questões elaboradas pelos pesquisadores incorporaram temas relacionados ao perfil sócio-demográfico e político dos participantes, além de aspectos da sociabilidade e sexualidade de homens e mulheres homossexuais. Houve uma atenção especial para as questões relacionadas à violência que atinge esses grupos e sua percepção e reação diante da experiência de discriminação devido à orientação sexual.
O questionário foi dividido em três blocos temáticos. O primeiro, relativo à sexualidade/sociabilidade, incluiu 16 itens que abordaram aspectos referentes à identidade sexual mantida pelo respondente, modos de sociabilidade (freqüência a lugares gays, sites na internet); hábitos de leitura de jornais e revistas especializadas e práticas sexuais (uso de camisinha, idade da primeira relação sexual, manutenção de relações afetivo-sexuais etc.). O segundo bloco, com oito questões, foi direcionado à política (voto, adesão a partidos políticos etc.) e participação em diferentes tipos de movimentos sociais. No último bloco, foram concentradas cinco questões relativas à violência, à discriminação e aos direitos já conquistados por gays, lésbicas e transgêneros no país.