CLAM – Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos

Seminários CLAM

No dia 03/06, 3ª-feira, a professora Claudia Mora (CLAM/IMS/UERJ) apresentará a aula aberta “Gramáticas biomédicas e dessexualização na comunicação das novas tecnologias de prevenção ao HIV/Aids”, às 14:00 horas, no auditório do Instituto de Medicina Social, na UERJ (6º andar, Bloco E, sala 6012).

Os Seminários CLAM, promovidos pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ), reúnem estudantes, pesquisadores e demais interessados/as nas temáticas de gênero, sexualidade e direitos humanos para constituir um espaço de formação e de trocas de informações a partir de trabalhos acadêmicos que perpassam a atuação do Centro. Os encontros ocorrem na modalidade presencial e não é necessária inscrição prévia. 

Saiba mais sobre a apresentação da professora Claudia Mora:

Gramáticas biomédicas e dessexualização na comunicação das novas tecnologias de prevenção ao HIV/Aids

Resumo: O início de mais uma década de uma epidemia ainda distante de controle no cenário global decorre de uma progressiva normalização dos seus discursos e representações midiáticas. A proposta de discussão em torno das campanhas preventivas na década mais recente pretende oferecer um ângulo singular de produção de reflexões de índole social, política e programática. Em relação às representações midiáticas observamos uma série de deslocamentos das linguagens, bem como apagamentos de distintas ordens, as quais têm como pano de fundo a implementação de políticas internacionais pautadas na dispensação de medicamentos antirretrovirais, quais sejam: Testar e Tratar, Tratamento como Prevenção e Prevenção Combinada (especialmente as profilaxias Pré e Pós exposição, Prep e Pep, e o controle das ISTs). O silenciamento de corpos e identidades não heteronormativos, somado ao predomínio de uma linguagem abstrata e esquemática nas mensagens oficiais de prevenção entre 2010 e 2020, cristalizaram a dessexualização da resposta à epidemia. Esses apagamentos também dizem respeito à censura de campanhas onde prostitutas e jovens gays, que protagonizavam as cenas de peças comunicacionais produzidas pelo governo federal. Em suma, com base em uma dimensão cara à construção de representações sociais sobre a saúde e a doença como é a comunicação, e em especial as campanhas públicas, o debate pretende contribuir para a compreensão das reconfigurações da agenda político-acadêmica da Aids no Brasil.

Textos indicados:                         

Mora, C. Transformações nas campanhas preventivas HIV/Aids no Brasil na quarta década da epidemia (não publicado)

Mora, C., Nelvo, R., & Monteiro, S.. (2022). Peças de comunicação governamentais sobre as profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV (2016-2019): análise de seus conteúdos e circulação entre gays, mulheres trans/travestis e trabalhadoras sexuais. Saúde E Sociedade, 31(4), e210855pt.  

Textos complementares:

Galvão, J. A Era Trump: Quando crueldade e destruição guiam políticas públicas. ABIA, 2025. 

Nguyen, Vinh-Kim et al. Remedicalizing an epidemic: from HIV treatment as prevention to HIV treatment is prevention. Aids, v.25, n.3, p.291-293, 2011.

Endereço: Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro ( IMS/UERJ).  Rua  São Francisco Xavier, 524, Maracanã. CEP – 20550-013 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Email – contatoclam@gmail.com

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